domingo, 4 de setembro de 2011
DEVANEANDO
Sobre a Felicidade
sexta-feira, 19 de junho de 2009
UM DIA QUALQUER
Os olhos estão cheios de lágrimas prontas para rolarem
Esperando apenas um motivo que as faça cair...
O olhar é triste, quase sem expressão...
Os movimentos são sem emoção,
Assim como as palavras quando são ditas...
Eclodem com dificuldade... um nó as prende na garganta,
Infeliz, não...
Simplesmente triste,
Como qualquer um... em algum dia da vida...
Às vezes o vento sopra, ameniza a melancolia...
É inverno, as folhas caem secas...
Como os sentimentos.
Um dia triste...
Apenas um momento infeliz...
O silêncio toca sua sinfonia...
O vento toca a alma...
E o tempo... passa
Às vezes veloz, raramente brando.
Mas não deixa de correr...
Os pássaros cantam uma melodia triste...
Parecem saber de minha tristeza...
São amigos, são fieis...
De quando em quando o sol toca- me as faces
Aquece –me o peito...
Consola- me...
Palavras sem sentido,
Tampouco a vida parece tê-lo.
A solidão é uma constante
Alegria variável...
E assim vai- se vivendo...
No entanto morrendo- se a cada dia...
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Poesia é sempre poesia
EU NÃO ENTENDO
Eu não entendo! Não entendo por que o telefone não toca, não entendo como não há resposta, não entendo por que estou tão só!
Não entendo por que eu me apaixono, por que as coisas às vezes parecem tão perfeitas e de repente desmoronam!
Não entendo por que o meu humor acaba, e uma absurda irritação me domina quando lembro que fui esquecida, juro, não entendo!
Não consigo perceber o que houve de errado, o porquê tudo simplesmente não deu certo, eu realmente não entendo!
Por instantes, tudo pareceu tão lindo, tão perfeito, puro encantamento, um momento mágico, mas, foi assim, de repente interrompido, suspenso e assim eu fiquei a esperar um telefonema que nunca foi recebido, uma notícia que nunca foi dada, uma justificativa qualquer, mas, nada!
Nenhuma palavra, nem mesmo uma briga, qualquer desentendimento ou desencanto que pudesse explicar esse desaparecimento.
Assim, de toda a magia que envolveu meus dias e de toda a esperança que aqueceu meu peito, restou apenas uma triste decepção, uma amarga espera e uma angústia que preenche meus dias nesse aguardo vão e plangente.
Mais uma vez, incansavelmente repito, não entendo!
Não é justo que seja assim, não é justo fazer-me nutrir expectativas, proferir-me palavras doces cheias de carícias. Não é certo fazer-me promessas que não serão cumpridas, olhar-me com olhos brilhantes, lacrimejantes, entre palavras que soavam sinceras, não está certo provocar-me assim!
Não é justo magoar um coração já tantas vezes ferido, implorar carinho que não se pretende ser retribuído, invocar um sentimento bonito, só para rir-se do apego de alguém! Mais uma vez digo que não entendo!
Não entendo por que construímos sonhos e traçamos planos que nos parecem tão doces, mas por fim mostram-se acerbos.
Não entendo o que me impede de gritar, e por que todos os soluços emudecem em meus lábios, sentindo apenas o gosto acre e mordaz do olvidamento.
As lágrimas brotam em meu interior e morrem antes de chegarem aos meus olhos, resta apenas um olhar vago e soturno o espírito sombrio e rabugento.
Não entendo como o que era bom, tornou-se mau, o que ora era alegre fez-se triste e de belo agora me parece horrendo! Não entendo como o bom azeda, como o sabor assim se destempera, como tudo agora se mostra somente triste!
Esses amargos momentos, separados em dias sempre iguais vão me desfazendo, meu ser definhando com essa atroz e inútil espera que me devora. Pergunto-me por que deixei-me levar pelas palavras, pelos belos sorrisos e pelos gestos simples que pareciam-me ter tanto carinho, como fui tola em crer, juro, juro, juro, não entendo por que confiei!
A cada dia faço-me mais dura, tenho medo de transformar-me num ser cruel, mas não posso evitar. Metamorfoseada a cada desilusão, perdendo mais um sonho e assim crescendo a iniqüidade num ser ainda pueril.
E é assim que é, assim que acontece, assim que vivo, mas sinto-me morrendo por dentro, transformando-me naquilo que não quero ser, travando batalhas silenciosas, matando e morrendo, mais uma vez perdendo-me dentro de mim mesma e aí encontrando um mundo.
Mesmo assim, eu ainda não entendo!
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Para começar bem, que seja com Poesia
EPICÉDIO
Já não sei mais o que sinto.
Um emaranhado de sentimentos ferve-me a alma,
Queria poder arrancar minhas lembranças,
expurgar certos pensamentos e deixar de sentir certas dores.
Uma música que me lembra certo tempo, um cheiro que me remete a um momento,
uma paisagem que permite o ressurgir de sensações.
Só queria deixar de sentir, queria ser insensível e conseguir seguir.
Mas é impossível, pois a tua presença está viva em mim.
Presente nas tais lembranças, em tais pensamentos, nos meus desejos,
até em minhas preces.
Sinto falta do que nunca existiu,
sinto falta da paixão que me consumiu e agora só me faz sofrer,
sinto falta, só sinto e tanto.
Num instante é dor intensa, noutro uma saudade extrema,
por vezes alguma indiferença e um constante reviver.
Sensações antigas que se transformam... velhas em novas dores
Um eterno perecer, uma dor constante, contínua, latente que por vezes rebenta e adormece numa morbidez atroz.
Não quero mais amar e reamar, não quero mais me apaixonar e reapaixonar
Pois ao final só torno a sofrer.
Já não sei mais o que sinto ao odiar amar-te com tanto ardor.
Ao adorar com tanta loucura teus defeitos mais profanos.
Ao estremecer desejando-te mesmo com raiva de teus modos...
E confundo-me com sensações tão antagônicas que fazem-me sentir viva e morrendo de tanto amor.
Já não sei mais o que sinto se quando estás por perto te maltrato,
quando longe sinto tua falta e chego a sonhar, feito criança, de tanta saudade.